Um baque que
vai demorar a passar. É dessa maneira que o volante Marcos Assunção classifica
sua saída do Palmeiras. Durante quase uma hora de entrevista coletiva, nesta
segunda-feira pela manhã, em São Paulo, o jogador, de 36 anos, chegou a chorar
em alguns momentos e desabafou.
A grande
verdade é que o Palmeiras não me quis. Fiz tudo que fiz, me apresentei sem ter
contrato para iniciar os trabalhos porque acreditava que ficaria. É triste, é
difícil, mas são coisas da vida. Estou indo embora sem querer e faço questão de
agradecer o carinho que recebi do torcedor. Preciso pedir desculpas pelo
rebaixamento - afirmou.
Assunção
rebateu quem o chamou de mercenário e revelou ainda que o Palmeiras lhe deve
valores que se acumularam desde junho.
"MERCENÁRIO"
Fiquei até
às cinco da manhã olhando todos os portais da internet para acompanhar a reação
dos torcedores. Alguns me chamam de mercenário, dizendo que eu queria ganhar
muito. Jamais pedi os valores que estão sendo falados. O Palmeiras tem uma
dívida comigo desde junho e nunca falei isso, estou revelando esse problema
pela primeira vez. Respeito todas as opiniões, mas não concordo em ser chamado
de mercenário. Se fosse mercenário, tinha renovado em agosto, logo após a Copa
do Brasil, com um problema no joelho. Estaria tranquilo até dezembro.
NEGOCIAÇÕES
Infelizmente, algumas coisas que vinham sendo faladas pelo Palmeiras são um
pouco diferentes. Faltou clareza. Só no mês de dezembro, tive cinco reuniões
com a diretoria e, somente na última, no sábado, é que me apresentaram uma
proposta, e para ganhar menos do que tinham me oferecido em agosto, quando eu
pedi para suspenderem as negociações. Pedi porque o time vivia situação difícil
no Campeonato Brasileiro e porque tinha um problema no joelho. Queria operar e
ter a certeza de que voltaria bem. Infelizmente, não tive tempo para me
recuperar. Joguei sem condições e meu rendimento caiu.
ARREPENDIMENTO
Não me
arrependo de nada. Se tivesse de fazer tudo que fiz, faria. Precisava ajudar de
alguma maneira o Palmeiras. Não poderia ficar no departamento médico esperando
o tempo passar.
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